Gravura de Severino Ramos |
Longuinho foi um soldado
que viveu na época em que o rei Herodes procurava o Menino Jesus para matar.
Ele era o chefe dos soldados do rei. Quando São José conduzia o jumentinho com
a Virgem e o Menino, em direção ao Egito, os soldados tinham ordem para não
deixar passar ninguém, mas Longuinho não obstou a passagem da Sagrada Família.
Os soldados voltaram e disseram ao rei que as suas ordens foram descumpridas, e
o malvado ficou tão furioso, que mandou furar os dois olhos de Longuinho.
Passado
muito tempo, o cego Longuinho se misturava a uma multidão aglomerada em frente
a uma igreja onde um padre celebrava uma missa. Pelo povo o cego soube que
havia um curador fazendo milagres.
Alguém
lhe sugeriu que pedisse uma esmola ao homem, que não era outro senão
Nosso Senhor Jesus Cristo.
—
Eu não! Foi por causa dele que perdi a minha vista! — e pediu a um soldado que
o conduzisse para perto do tal curador para cravar uma lança no peito dele.
Seguindo a indicação, ele cravou a lança no peito de Cristo. Quando bateu a
lança, esguichou sangue nos olhos vazados de Longuinho e ele voltou a enxergar.
Jesus perguntou o que ele queria, ao que ele respondeu:
—
Quero força suficiente para derrubar uma casa ou uma árvore.
Jesus
pediu ao povo que saísse da igreja e Longuinho, com dois balançados, a pôs no
chão. Depois, Jesus pediu a Longuinho que sacudisse os escombros.
Ele
sacudiu e a igreja tornou a se levantar. Longuinho, a partir desse dia,
tornou-se São Longuinho, e o povo, maravilhado, testemunhou o poder de Cristo,
o Governador do mundo.
Nota: Um
dos mais importantes documentos acerca do lendário cristão é o livro Legenda
áurea, do frade dominicano Jacopo de Varazze (Jacobus de Voragine), escrito
no século XIII, que reúne as narrativas lendárias da vida de muitos santos (Vitae).
Um deles é São Longuinho, ou Longino, que a tradição aponta como o centurião
presente à crucificação de Cristo (Mateus, 27:54; Marcos,
15:39; Lucas, 23:47). Conforme a crença popular, ele era cego por
conta de um castigo imposto pelo malvado rei Herodes. Esta parece ser a origem
do conto São Longuinho, que, em nossa versão, recebe atributos do
seu antecessor mítico, Sansão.
e quem criou essa fabula???
ResponderExcluirNão é possível identificar o criador da "fábula", pois, como todo produto folclórico, ele é anônimo, ou seja, de autor não identificado. A versão reproduzida no blog, extraída do livro Contos e Fábulas do Brasil, foi narrada por Dona Jesuína Pereira Magalhães (1915-2013), de Igaporã, Bahia.
ResponderExcluirQuero saber qual a outra versao do conto: O macaco e a raposa?
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