sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Grupo de estudos sobre o conto popular


"Moura Torta", ilustração de Luciano Tasso. 

VIAGEM DE RETORNO AO PAÍS DA INFÂNCIA

Há algum tempo venho sendo sondado sobre a possibilidade de formação de um grupo de estudos sobre o conto popular. Sempre vi a ideia com muitos bons olhos e agora, a convite de Giuliano Terno, coordenador da Casa Tombada, finalmente, daremos início aos trabalhos. Percursos, sobrevivências mitológicas, teorias do conto, principais coleções, constantes psicológicas, ritos de passagem, o dogma da fraternidade universal, tudo isso fará parte do pacote. Formaremos um grupo de estudos permanente, ou melhor, uma caravana que, a depender na necessidade, também pode ser o navio de Simbad (o aguadeiro e o marujo) ou a corda que levou à Lua o Barão de Münchausen. 
EMENTA
Contar histórias tem sido, ao longo das eras, um assunto sério e também um ameno entretenimento. Ano após ano, histórias são inventadas, escritas, devoradas e esquecidas. Que acontece com elas? As poucas que sobrevivem e que, como sementes dispersas, o vento esparge durante gerações, engendram novos contos e proporcionam alimento espiritual a inúmeros povos. (Cada poeta acrescenta algo da substância de sua própria imaginação e as sementes, nutridas, revivem.”
(Heinrich Zimmer)
O que se propõe para este grupo de estudos é uma viagem de retorno ao país da infância. Tal viagem, segundo o mestre dos estudos etnográficos no Brasil, Luís da Câmara Cascudo, era possível por meio dos contos populares, nosso “primeiro leite intelectual”. Contadas por incontáveis gerações, as velhas histórias guardam informações sobre ritos e mitos de outros tempos. Também guardam informações e denunciam hábitos e costumes que, não fosse a atmosfera mágica que os envolve, pareceriam estranhos aos nossos olhos e à nossa sensibilidade. Boa viagem!

  1. Contar histórias, um costume universal                                                                                
1.2 Por que contamos histórias?

1.3 A jornada do herói (do mito ao conto de magia)
1.4 A jornada do anti-herói (a sátira reparadora)
1.5 Contos são mitos degradados?
1.6 De Ulisses ao Barão de Munchausen: o mentiroso necessário

  1. Quem conta um conto aumenta o encanto

2.1 Cinderela: do Egito ao sertão
2.2 Eros e Psiquê através dos tempos
2.3 Narrativas pias populares (contos religiosos)
2.4 Recompensa e punição nos contos populares
2.5 O simbolismo do Pavão Misterioso

BIBLIOGRAFIA
ALCOFORADO, Doralice. O conto mítico de Apuleio no imaginário baiano. In: Estudos em literatura popular. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2004.
AMARAL, Amadeu. Tradições populares. São Paulo: Hucitec, 1976. ARAUJO, Alceu Maynard. Cultura popular brasileira. 3ª ed. São Paulo: Martins
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CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed. São Paulo:
Global, 2004.
COELHO, Adolfo. Contos populares portugueses. Portugal: Compendium, 1996.
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HAURÉLIO, Marco. Contos e fábulas do Brasil. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Nova Alexandria, 2011.
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_____________. O príncipe Teiú e outros contos brasileiros. São Paulo: Aquariana, 2012.
NASCIMENTO, Bráulio do. Estudos sobre o conto popular. São Paulo: Terceira Margem, 2009.
PIMENTEL, Altimar. Estórias de Luzia Tereza. Brasília: Thesaurus, 1995.
PROPP, Vladimir. As raízes históricas do conto maravilhoso. 2. ed. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
ROMERO, Sílvio. Contos populares do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1985.
XIDIEH, Oswaldo Elias. Narrativas pias populares. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros – USP, 1967.

Número de participantes: 15.
Valor por encontro: R$ 130,00
Data e horário: Sextas-feiras, das 10h às 13h
23/3, 13/4, 18/5, 22/6, 27/7, 17/8, 21/9, 19/10, 9/11, 7/12

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